quarta-feira, 14 de julho de 2010

um amor.

eu só queria um amor ridículo, inconveniente, asfixiante e consumidor que não me desse espaço para pensar. queria um amor que me fizesse berrar até a garganta sangrar. que me fizesse estiletear o braço com seu nome. um amor que me escutasse chamando seu nome de cidades à distância e acalmasse o caos do universo com um simples abraço. um amor cujo beijo me desse frio na barriga e cujo corpo no meu me possuísse de tal forma que eu não conseguisse parar de chorar. borrando a maquiagem e inchando meu rosto. e que mesmo neste estado ele me achasse a mulher mais linda do mundo, a única. que me desse dor de cabeça de tanto pensar nele e que essa dor só parasse com um beijo. alguém que morresse de ciúme de todos os meus amigos e xingasse toda vez que ficasse inseguro. e que eu pudesse curar essa insegurança com um simples olhar ou demonstração de afeto. um amor que me instigasse a tatuar seu nome por lugares espalhados do meu corpo, que pertenceria só a ele. que me fizesse comprar seu perfume e usá-lo em todas as minhas roupas para cheirá-las e senti-lo quando ele não estivesse comigo. que me fizesse escrever poemas e musicas intensas explicando por A+B o porquê de ele ser a razão da minha vida. que quando os lesse, se calasse e quando eu menos esperasse, falasse que me amava. um amor que me fizesse cozinhar um jantar à luz de velas com vinho branco e existisse sobre uma trilha sonora sedutora. alguém a quem eu pudesse contar todos os meus segredos mais íntimos e irreveláveis sem medo de julgamento. que me fizesse escrever cartas quilométricas. com quem eu pudesse tomar banho de espuma, sair da banheira nua e assistir a filmes de baixo do cobertor no quarto refrigerado. e que o ar-condicionado nos deixasse doentes para podermos cuidar um do outro. alguém a quem eu desse comida na boca. com quem todos os dias fossem diferentes, que todos fossem como a primeira vez. queria ter asas e dividi-las com ele e quando ele não estivesse por perto me fizesse cair. queria um amor pelo qual pudesse morrer, para tornar lindo o ato de viver.

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