segunda-feira, 2 de agosto de 2010

pertecencer.

eu podia te escrever uma canção. podia ser um pouco bossa. talvez um rock. ah, mas você sabe, eu não sou boa com melodias. eu seria compositora de uma canção sem melodia e sem rimas. que idéia mais estaparfúdia a minha. isso faz sentido pra você? você sabe, eu só quero chamar tua atenção. então pensei em fazer uma canção. talvez eu falasse de cores . de cores que vejo desde o dia que você entrou na minha vida. cores que agora tem nome , e que se fundem com o passar dos dias. matizes, contrastes, e entonações que deixam meu dia mais colorido. meu céu agora é azul turquesa com nuvens brancas borrifadas. as minhas estrelas não são apenas estrelas. agora elas são goteiras do telhado de Deus. e o que me intriga, é que mesmo sentindo dentro de mim uma apoteose de acordes afinados, não me sinto capaz de te escrever uma canção. a verdade é que eu só consigo pôr pra fora o meu desassossego que o desejo pelo teu beijo me causa. metade de mim é desassossego. a outra é loucura. e você sem querer me mantêm num eixo que eu desconhecia. você tem nobreza de caráter e uma fofura na alma. você me instiga a tomar decisões deliberadamente. logo eu, que sou tão confusa. sou apenas uma garota que acha que sabe das coisas porque escreve meia dúzia de palavras bonitas. e que se acha capaz de escrever uma canção, só pra chamar um pouco da tua atenção. ah meu bem, vou deixar de tolice. pois nem que você queira, eu vou deixar de querer ser assim tão tua. é assim, você nem me pede mas eu quero ir. é que eu acho que um beijo seu vai me levar as nuvens. eu não sei o que é isso. um bem-querer que nasceu não sei quando e às vezes dói não sei porque. se você me esclarece e tenta me proteger do teu perigo, como posso querer te condenar por não querer minha alma junto à tua, assim como quero a tua junto a minha? meu bem, se você me atinge com sua honestidade, não posso te condenar. como disse raul seixas...se você gosta de maçã, irá gostar de todas, porque todas são iguais. diz a lenda que amor só dura em liberdade, mas aí você chega pra mim com seus olhos escuros, lê nos meus olhos amendoados o quanto eu sou tua, e vê mais razões para ser meu do que não ser...(acho que não vê mais) ai ai, nem sei...só sei que sabemos que além de nós dois, existe mais. existem quilômetros. existe mar. existe razão. existe uma coisa que eu insisto em não ter: juízo. e se eu queria enlouquecer, essa é a minha chance, e a sua chance. você diz que sou seu belo erro de percurso, sou sua vida deliciosamente mal planejada, seu desvio na estrada. ah meu bem, e eu digo que você é meu maior atrevimento. o que você nao sabe, é que meu coração contorce-se todo tentando não exagerar. mas é inútil. estou fadada a pérpetua burrice dos que amam demais. o mal de quem ama demais é viver nesse desgosto constante. e com você eu sinto simultaneamente segurança, ternura, ansiedade e melancolia. mas sinto também o prazer mais perfeito que não deixa espaço pro tédio no meu coração. minha inquietude é secreta. e minha paixão sem propósito me consome silenciosamente e cruelmente. e isso soa tão doentio. não é? pois saiba que tenho a vã esperança de que você seja meu amor tranquilo. ainda que você não veja a luz no fim desse túnel. meu bem, eu não sei fazer canção pra chamar tua atenção. eu só sei escrever assim, ininterruptamente sobre tudo que eu sinto. me esforçando pra não usar meu linguajar desbocado, que você conhece bem. você sabe meu bem, que eu te quero demasiadamente. e não serão rimas, nem acordes, e nem uma melodia qualquer com uma letra melancolicamente romântica, que vão chamar tua atenção. não apareci na sua vida pra te trazer paz, estou mais para uma anti-heroína ultra charmosa, com saltos altissimos e afiados, inteiramente a seu dispor. e pra que fazer canção, se tenho as de elvis? que assim como você, me fazem queimar por dentro.

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